Mitó faleceu há três anos

Três anos volvidos sobre o falecimento de Mitó no dia 24 de Junho, recordamos mais uma vez a sua passagem pela vida com esta imagem bem elucidativa.

Este "cromo" retirado do blogue do Lusitano, apresentava Mitó na caderneta de cromos com o número 102. Foi na temporada 1963/64.  O jogador era nessa altura conhecido por todos os campos do País.

O tempo passa depressa e ainda ontem Mitó estava entre nós, distribuindo, simpatia, amor, compreensão e respirando sempre futebol.

Mitó continua no entanto presente, recordado aqui neste espaço e no coração dos seus familiares que não se esquecem da sua passagem por esta vida.

Hoje como em 1965

29 de Julho de 1965, o Lusitano fazia a sua digressão por Angola e defrontava um misto de Benguela com vantagem em campo da equipa eborense. Antes do encontro se iniciar, Mitó trocava galhardetes com Peyroteo (os dois capitães), era o 7º jogo da digressão do Lusitano.
Já em 1965 se repetiam algumas das peripécias que hoje são comuns em grande parte dos Clubes, os reforços de jogadores, quem fica e quem sai dos plantéis , as massas associativas a quererem saber quem compõe a equipa.
No Jornal da época apareciam espelhadas as preocupações dos sócios do Lusitano sobre os jogadores que integrariam o plantel 1965/66, e surgia a questão se Angola poderia ser fonte de novos atletas para os eborenses.
Curiosidades à parte, os jogadores cumpriam a sua missão, jogavam , representavam uma região e um País, com Mitó como um dos Embaixadores , mão na mão com outro embaixador do Futebol ; "Peyroteo".
 Foi em 1965.

Em 1977

Em 1977 as moradias em Monte Gordo, valiam de 900 a 2.500 contos. E em Évora o Juventude jogava para subir à Divisão Maior do Futebol Português.

No plantel azul e branco jogavam entre outros Modas (jogou na 1ª divisão no Ginásio de Alcobaça), José Luis (no FCPorto), Lelo (Ginásio de Alcobaça 1ª divisão), Peres (internacional por Portugal que jogou no Sporting), Jerónimo (Estoril).
O treinador era MITÓ, no jogo de que reza esta crónica o Juventude recebeu o Nacional da Madeira, empatou 2-2, mas a supremacia foi eborense.
Foi um jogo de grande intensidade com o Nacional a entrar a ganhar mas com o Juventude a dar a "cambalhota" com golos de Arnaldo José e José Luis.
MITÓ no banco esteve sempre activo dando instruções à sua equipa. O Juventude era então uma equipa que impunha respeito aos seus adversários.
No tempo em que as casas em Monte Gordo valiam 900 contos !...

Mitó e as viagens

Nas suas muitas deslocações na carreira de futebolista e treinador Mitó ficou em várias unidades hoteleiras, para estágios e também para jogos em que era necessário viajar de véspera.
Mitó guardou alguns dos recortes de locais onde pernoitou, hoje no Blogue trazemos á memória alguns desses locais.

"ELES SUBIRAM"

Equipa que subiu dao Campeonato Nacional da 2ª Divisão 72/73. 
Esta foto com Mitó na equipa aparece neste Blogue numa altura em que nos mais diversos Campeonatos e Escalões se decidem os vencedores da temporada 2012/13.
Autor da foto , Carlos Tojo, um mestre da fotografia infelizmente já falecido.
Nesta foto para além de Mitó muitos nomes conhecidos, Leonildo Vilanova o treinador, Henrique Costa o massagista das mãos de ouro, Gomes um guarda redes de inegável categoria, Teixeira, Duro, Libório, Janota entre outros.
Olhando atentamente, muitos são homens do Alentejo formados nos Clubes eborenses que apesar disso não deixaram de chegar na frente nos respectivos Campeonatos.
Outros tempos, outras vontades, para recordar !..
Equipas que se preocupavam com o todo e não com pormenores sem importância e sem interesse. O grande objectivo era vencer e esta equipa vencia em Campo, onde afinal está a verdade do jogo.

O Inicio de Tudo

Tudo tem um inicio e a carreira de Mitó não fugiu à regra. A história poderia começar como tantas outras ; há muito muito tempo... "Mitó" jogou nos Salesianos de Évora , aí começou o amor pelo futebol. No dia em que foi tirada esta foto, com um bola de "catchum" e uma mini taça (um verdadeira pérola pelo seu valor sentimental -o símbolo do triunfo), estariam muito longe as mentes dos captados pela objectiva do fotografo, que o último da direita em cima (1 dos que não estão equipados) iria seguir uma carreira acima da média no futebol português. Jogador na 1ª divisão, internacional por Portugal e treinador.

Mitó lá estava com um olhar atento e tranquilo, talvez nesse dia lhe tenha passado pela cabeça que o futebol era o seu grande amor e que a sua vida seria completada com a paixão pelo jogo.

Memórias do inicio de tudo, há muito muito tempo...

Mitó nota máxima em Olhão

Numa altura em que o Olhanense passa por dificuldades financeiras na Liga Zon Sagres, recordamos um jogo frente ao Lusitano de Évora em que a equipa algarvia venceu por 1-0.

Nesse encontro em que Mitó marcou presença como titular, o jornalista da Bola pontuou Mitó com nota 2 , a mais alta atribuida a todos os que entraram em campo.
Tempos em que o Lusitano jogava no principal Campeonato Português, e em que um Alentejano (Mitó) era o Melhor em Campo.

O esboço para a convocatória

Mitó foi chamado para ser o treinador da Selecção Sénior da Associação de Futebol . Tudo era preparado com observações, com o conhecimento que tinha das capacidades dos jogadores dos quais tinha sido inclusive em alguns casos colega de equipa.

No caso deste documento escrito pelo "punho" de Mitó cá estão os nomes dos 16 escolhidos, 6 do Lusitano , 6 do Juventude, 2 do União de Montemor e + 2 individuais.

Notas que deram origem à convocatória oficial de mais um jogo da Selecção de Évora.

"Mitó" numa grande equipa do Juventude

Em 1975/76 "Mitó" como jogador integrou um grande equipa do Juventude de Évora. Nesta foto publicada no jornal A Bola e que gentilmente nos foi enviada por Jorge Queiroz um excelente jogador (2º em baixo da esq. para a direita), pontificavam grandes atletas treinados por Du Fialho.
Mitó é o 1º em cima, e curiosamente o autor desta foto foi Inácio Martinho uma referência como fotografo na Cidade de Évora.
Muitos,  felizmente ainda estão entre nós (Modas, Ricardo, Gomes, Du Fialho, Zé Luis, Queiroz), outros já partiram como é o caso de Mitó, no entanto as recordações não desaparecem, recordar é viver.

Mitó no Video do Centenário do Lusitano